O motocross brasileiro está prestes a comemorar uma data histórica em 2021. Serão 50 anos da realização da primeira prova da categoria no país, registrada em 11 de julho de 1971. De lá para cá alguns motociclistas se tornaram lendas no esporte. É o caso do curitibano Marcelo Silvério que, coincidentemente, também completará 50 anos em breve.
O piloto, que hoje integra o time da Motobatt, marca de baterias multinacional para motos de alto desempenho, tem em seu portfólio grandes prêmios no país e exterior e este ano vai disputar, entre outros campeonatos, o Espanhol de Supermoto e o Mundial de Flat Track, onde será o primeiro e único brasileiro na modalidade.
Acompanhe um pouco da trajetória deste grande piloto, que carrega muito a essência e história deste esporte no país, e seus objetivos para 2021:
Silvério iniciou sua carreira no motociclismo aos 13 anos de idade. Aos 14 ele já fazia o possível e o impossível para ir a uma corrida. “O legal era estar ali, vivendo aquilo. Naquela época não existiam categorias de base e eu alinhava ao lado dos melhores pilotos do Brasil”. No início do esporte, suas principais referências foram Guilherme Boeing e Eduardo Saçaki, legendários pilotos paranaenses. Depois vieram os estrangeiros, nos anos 1980, que só via em revistas. “Foi um choque, diz ele”. Logo nos primeiros anos conheceu Clovis Castello, campeão brasileiro com diversos pilotos. “Nos conhecemos só no olhar, meu parceiro desde sempre, formamos uma bela dupla e sou grato por tê-lo ao meu lado.”
Entre suas lembranças mais marcantes, Marcelo Silvério cita as participações no Hollywood Motocross e um Warm Up de um Campeonato Brasileiro, em Canelinha (SC). “Choveu a noite toda e não era obrigatório entrar na pista, todos desistiram. O Clovis me incentivou, era somente eu, a pista e as arquibancadas lotadas. Zezito na locução transmitindo aquela emoção, foi sensacional. Emendei duplos e mesas, saí aplaudido, um momento único e inusitado, nunca mais vai se repetir”.
Ao longo de sua história no motocross, Marcelo Silvério intercalou períodos dentro e fora das pistas. Se afastou pela primeira vez em 1988, quando a Honda e Yamaha se retiraram das competições. “Eu treinava com o Eduardo Saçaki, já estava andando entre os dez melhores do Brasil, quando veio a notícia. Fiquei fora até 1990 e voltei a competir no Campeonato Paranaense. Mas um acidente na penúltima etapa me tirou do motocross por dez anos.
Mesmo fora das competições, não ficou longe da motocicleta. Em 1991, depois de ir para o Daytona Bike Week, nos EUA, comprou uma Harley-Davidson que um amigo descobriu abandonada em um galinheiro. “Foi legal participar de outro segmento do motociclismo e que faço parte até hoje. Mas o que me move são as competições”.
De piloto, tornou-se dono de equipe, sonho que sempre teve – exercer o motociclismo profissionalmente. Em uma conversa com Clovis Castello surgiu a vontade de montar um time: “No primeiro ano eu continuei pilotando e conquistei boas colocações no Brasileiro, mas era cada vez mais difícil conciliar as duas funções”. Então, Marcelo Silvério optou pelo time. “Poucos acreditavam no nosso trabalho. A maior alegria, além dos títulos conquistados, é o sentimento de trabalho bem feito, junto a parceiros fiéis, amigos queridos. Fizemos o melhor em todos os aspectos, estrutura, equipamentos e condições para os pilotos, desde nutricionista, preparador físico e psicólogo até planos de corrida”. Desta fase ele sente apenas uma frustração: a de ter um campeão brasileiro no time e não conseguir apoio de nenhuma fábrica. “Nunca fiz pelo dinheiro, sempre pela glória e pagava do próprio bolso, até ficar inviável”.
Após o fim da equipe, Marcelo Silvério acreditava que andaria de moto apenas por diversão. “Foi outro momento em que fiquei longe das pistas, quando encerramos o time em 2008. Fiquei afastado por oito anos até o dia em que fui a uma loja comprar equipamentos para o filho de um amigo, que eu ensinei a andar. Comprei um capacete lindo e, quando cheguei em casa com ele, minha esposa perguntou: e a moto? Voltei”.
Participando de algumas provas de Cross Country, a vontade de alinhar com outros pilotos aumentou, até que Eduardo Saçaki o convidou para uma corrida de Supermoto. Na mesma época o embrião do Flat Track estava surgindo no Brasil com o Lucky Friends Rodeo, em Sorocaba (SP). “Foi amor na primeira tocada. Motociclismo é o que faz meu coração bater forte, o comprometimento vai além das pistas: treino físico, dieta, descanso, lesões, vontade de aprender novas técnicas, adoro esse estilo de vida”.
Agora, em 2021, Marcelo Silvério segue como piloto do Team Grau da Espanha. Ele vai disputar o Campeonato Espanhol de Supermoto e o Mundial de Flat Track, onde será o primeiro e único brasileiro na modalidade. “Me enche de orgulho ver a nossa bandeira no cartaz da prova. No Brasil vou em busca do título do brasileiro de Flat Track.”
A marca de baterias Motobatt está apoiando Marcelo Silvério nessa jornada, colaborando com o seu desempenho dentro das pistas. “É uma bateria ideal para perfomance esportiva de alto rendimento. Possui o maior CCA do mercado e por isso tem 30% mais potência que as baterias tradicionais. Além disso, uma empresa que apoia o motociclismo sempre será vista com bons olhos pelo público amante das duas rodas. Carrego o nome Motobatt com orgulho”. Os produtos da marca são utilizados em motos de alta cilindrada, devido sua robustez e potência, como a Harley Davidson, modelo em que a maioria dos pilotos compete no Flat Track.
O piloto finaliza comentando sobre um sonho: “Já começo a me preparar para realizar a maior das aventuras, o Rally Dakar. Me sinto mais preparado agora do que quando tinha 20 anos”, finaliza o jovem, e quase cinquentão, Marcelo Silvério, um dos grandes nomes do motociclismo nacional.