Em 2019, o Estádio Joaquim Américo Guimarães, também conhecido como Arena da Baixada, completa 20 anos de fundação. A casa do Athletico, atual campeão da Copa Sul-Americana, foi erguida em 1999 e, na época, já aplicava o conceito de modernidade por ter inovado e apresentado uma proposta diferente com relação aos demais estádios do país.
A primeira fase da construção da Arena começou em 1997 e a conclusão da obra foi em 20 de junho de 1999, marcada por um jogo internacional entre o clube da casa e o Cerro Porteño. Na ocasião, o rubro-negro ganhou por 2 a 1 do time paraguaio.
Foi nessa mesma época que o estádio recebeu a chancela de mais moderno da América do Sul, fato comprovado pelo arquiteto e engenheiro Luiz Volpato, profissional responsável pelo projeto e construção da Arena da Baixada em 1999. “A partir de um projeto conceitual que o clube já tinha, fizemos uma extensa pesquisa nas mais diversas arenas e estádios em quatro continentes e desenvolvemos o novo conceito de ocupação eficiente das grandes estruturas que sobram sobre as arquibancadas e a aproximação do espectador com o campo. A partir disso, sabíamos que este seria um dos principais diferenciais para garantir o sucesso do projeto”, comenta. Esse conceito inovador foi a semente que orientou todos os processos de expansão, reformas e adequações que acabaram transformando o estádio em uma arena multieventos com caraterísticas únicas na América Latina.
A estrutura inicial do estádio garantiu que o mesmo fosse um dos escolhidos para a Copa de Mundo de 2014, em Curitiba. Mas, para que a escolha fosse concretizada, o projeto precisaria passar por algumas mudanças estruturais, que contemplavam o aumento da metragem do local e para também ampliar a capacidade de público.
E foi então que, em dezembro de 2012, com o cronograma da Copa 2014 seriamente comprometido, o arquiteto Luiz Volpato foi convidado a assumir a liderança e controle do processo mesmo a obra já tendo sido iniciada. “O empreendimento apresentava grandes desafios em diferentes escalas e âmbitos de negociação. Então, começamos a trabalhar pelos projetos, passando pela articulação até chegarmos à gestão e gerenciamento estratégico das decisões entre as quatro áreas principais (projeto e planejamento, articulação burocrática, atuação no contexto da obra e atuação na execução). Essas ações permitiram a finalização das obras de ampliação e reforma em tempo hábil para a Copa”, relata o arquiteto. Esta nova reforma duplicou a área de implantação da Arena, passando de 65.000 para 126.000 m2, e a capacidade atingiu os 43.000 espectadores em condições de conforto exigidas pela FIFA.
Legado
Após a Copa 2014 as obras de adequação do Modo Legado foram projetadas e coordenadas pelo escritório Luiz Volpato Arquitetura, sendo que entre as mais importantes destacamos a instalação da cobertura retrátil (única na América Latina), o gramado sintético (padrão FIFA aprovado pela CBF), o novo Boulevard e a frente comercial rua Buenos Aires, salas de imprensa, loja oficial, espaço sócio furacão, área de catering, além das adequações na setorização de acessos e arquibancadas.
Os conceitos implementados na Arena da Baixada credenciam o local como um dos estádios mais modernos, tecnológicos, eficientes e confortáveis do pais. As caraterísticas especiais da cobertura retrátil, flexibilidade funcional das áreas nobres, campo de jogo, a capacidade e disposição das circulações e infraestruturas junto com localização e o vínculo com a cidade posicionam a Arena da Baixada como uma infraestrutura urbana relevante e inovadora em Curitiba.
Essa condição de espaço versátil viabilizou a organização de diversos eventos entre os anos 2015 e 2018, shows como Andre Bocelli, Rod Stewart, UFC, entre os que destaca a fase final da FIVB Liga Mundial de Vôlei 2017 pelas características do projeto implantado. Para atender as exigências de visibilidade plena de todos os espectadores foi criado um “miniestádio” dentro do estádio.
“Esta nova arquibancada interna com capacidade para 5 mil pessoas diminuiu a distância entre a quadra e os espectadores conservando os ângulos de visão. Os acessos foram resolvidos com a criação de um novo plateau conectado com pontes às circulações perimetrais da arquibancada baixa, garantindo o correto fluxo de multidões no tempo de evacuação aprovado pelo Corpo de Bombeiros. O alto nível de detalhamento do projeto e planejamento permitiram a realização de todas as adequações temporárias em 10 dias”, descreve o arquiteto Luiz Volpato.
Diante deste cenário, é perceptível a preocupação do Athletico em investir em infraestrutura e manter o legado da Arena da Baixada, já que é visto que um projeto de arquitetura e sua execução desde a base são essenciais para a sequência e vida útil de um ambiente multiuso. “20 anos passaram e esta reflexão nos desperta a vontade de contar mais sobre a incrível história da infraestrutura do CAP”, afirma Volpato.
Comemoração
Para celebrar os 20 anos desde sua fundação, o Estádio Joaquim Américo Guimarães irá receber um evento no próximo sábado (29), com várias ações e também, como destaque, um amistoso internacional – Athletico e o Cerro Porteño, o mesmo jogo da inauguração em 1999.
Além da partida clássica, o público poderá apreciar a abertura da exposição Arena 20 anos, com uma série de fotos históricas do estádio. A mostra irá apresentar os principais fatos que ocorreram no local e que retratam a evolução e a transformação do clube, com grande impacto causado, principalmente, pelo ousado projeto arquitetônico da Arena da Baixada.