Encerrou neste domingo (dia 1º), em Aquiraz, na região de Fortaleza (CE), a 27ª edição do Sertões, a mais aguardada prova do calendário nacional de rally. Foram oito dias de disputas e quase cinco mil quilômetros rodados, envolvendo mais de 300 competidores. Para o piloto paranaense Daltro Marcelo Maronezi e a navegadora Luciani Tesseroli, a prova teve muitas surpresas e um pódio que foi conquistado na última etapa. Essa foi a oitava participação de Maronezi no maior Rally das Américas e o terceiro lugar na categoria Super Production foi considerado um presente.
A etapa de abertura, entre Campo Grande (MS) e Costa Rica (MS), foi uma prova rápida e a dupla paranaense terminou sem quebras e com o terceiro melhor tempo. As dificuldades para todos os competidores chegariam já na segunda etapa, entre Costa Rica (MS) e Barra do Garças (MT), com cerca de 180km percorridos à noite. “Foi a mais longa de toda história do Rally dos Sertões e poucos carros conseguiram completar a prova. Nós completamos e isso nos deixou em segundo lugar na categoria”, conta o piloto.
Otimismo mantido para a terceira etapa, entre Barra do Garças (MT) e São Miguel do Araguaia (GO), que apesar de um percurso longo, não trouxe surpresas para a dupla paranaense. Eles encerraram com o terceiro melhor tempo da categoria e a crença que neste ano haveria chances de brigar pelo título. Mas na quarta etapa, de São Miguel do Araguaia (GO) a Porto Nacional (TO), veio a quebra. “Nós perdemos uma roda e demoramos quase 1h30 para achar no meio do mato e colocar no lugar. Então acabamos ficando em último lugar da categoria, mas mesmo assim, na geral estávamos em quarto”, disse Maronezi.
No trecho entre Porto Nacional e São Félix do Tocantins, quinta etapa do Sertões 2019, houve uma obstrução na prova e como os paranaenses largaram em último, acabaram se prejudicando numa passagem estreita e não conseguiram completar. Era o adeus às chances de pódio. A sexta etapa entre São Félix do Tocantins (TO) e Bom Jesus (PI) também foi de quebras, mas a dupla não perdeu a esperança.
A superação aconteceu na sétima etapa, que partiu de Bom Jesus (PI) e chegou Crateús (CE), após quase mil quilômetros de deslocamento. A dupla fez o segundo melhor tempo e recuperou a quarta posição na geral. E os bons ventos voltaram a soprar em favor dos paranaenses na etapa final, entre Crateús (CE) e Aquiraz (CE). Correndo na areia, o terreno favorito de Maronezi, seria necessário tirar uma diferença de 10 minutos em 18km para o concorrente. “Foi uma coisa impressionante, andamos muito forte e tiramos 11 minutos de diferença. E outro carro da categoria não conseguiu largar, porque atolou na areia, isso nos rendeu a terceira posição. A gente já estava conformado e contente com o quarto lugar, mas foi extremamente gratificante chegar ao pódio e repetir a colocação de 2017”, relatou emocionado.
Maronezi conta que este foi o rally mais duro que já fizeram. “Estamos exaustos, mas muito felizes, foi realmente uma prova duríssima, com deslocamentos noturnos, trechos pesados, quebras e atrasos, por isso estamos muito satisfeitos com essa colocação e por representar o Hospital Erasto Gaertner em todos os lugares que passamos”, comemora o piloto. A dupla divulga de maneira solidária os projetos que visam a construção do Erastinho, primeiro hospital do Sul do Brasil dedicado ao tratamento de crianças e adolescentes com câncer.