Especialistas comentam iniciativa da Riot Games em banir emuladores e periféricos

“É crucial implementar sistemas de monitoramento para detectar o uso de softwares proibidos e definir penalidades claras para o descumprimento das regras”.

Recentemente a desenvolvedora, editora e organizadora de torneios de esportes eletrônicos Riot Games, comunicou por meio dos canais de comunicação a implantação de novas medidas para punir jogadores que estão fazendo uso de emuladores no Volarant Mobile.

Informações divulgadas revelam que o banimento está sendo aplicado nas contas que estão jogando a versão no computador. De acordo com advogada paulista Manuela Oliveira, especialista em direito gamer e sócia – fundadora do escritório Marques & Oliveira Advogados: “As desenvolvedoras e organizadores de torneios podem impor uma série de regras e termos de uso para evitar problemas relacionados a trapaças e vantagens injustas. Isso inclui restrições explícitas ao uso de hardware e software não autorizados, como emuladores, mouses e teclados, detalhadas nos termos de uso e regulamentos do jogo. Além disso, é crucial implementar sistemas de monitoramento para detectar o uso de softwares proibidos e definir penalidades claras para o descumprimento das regras, que podem variar de avisos e suspensões temporárias a banimentos permanentes. A transparência com os jogadores, informando-os sobre as regras e os motivos por trás delas, também é fundamental”, afirma.

A iniciativa tem como propósito fazer com que os jogadores mantenham a integridade e respeito com os demais membros no ambiente do jogo. O também advogado catarinense Bruno Cassol, especialista em direito gamer e sócio do escritório Marques & Oliveira Advogados, ressalta que as desenvolvedoras podem proibir explicitamente o uso de emuladores, mouses, teclados ou qualquer hardware ou software não autorizado que conceda vantagens injustas. Porém, isso deve estar claro nos termos de uso e nas regras do jogo. “Em caso de descumprimento dessas regras, as desenvolvedoras podem tomar medidas judiciais, como processar jogadores por violação dos termos de uso, buscando indenização por danos à reputação do jogo ou aos negócios da empresa. Em casos extremos, se o uso de emuladores ou periféricos causarem danos significativos à economia do jogo ou ao mercado, a empresa pode entrar com uma ação por concorrência desleal. É fundamental que as regras sejam claras, acessíveis e aplicadas de forma consistente para evitar contestações judiciais”.

A nova decisão da Riot Games despertou a opinião de diversas pessoas em relação às novas regras. O também advogado, especialista em direito gamer Raphael Silva aconselha sobre a importância do monitoramento e detecção. “No que diz respeito à segurança da informação, as empresas podem adotar diversas práticas para evitar o uso de emuladores. Isso inclui a implementação de sistemas de autenticação de dispositivo para verificar se o jogo está sendo executado em um dispositivo móvel real, a análise de comportamento dos jogadores para identificar padrões que indiquem o uso de emuladores, o uso de técnicas de criptografia e ofuscação para dificultar a engenharia reversa do jogo e a criação de emuladores, o lançamento de atualizações frequentes para corrigir vulnerabilidades e melhorar a detecção de emuladores e o uso de aprendizado de máquina para aprimorar continuamente os sistemas de detecção de trapaças”.

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